sábado, 24 de fevereiro de 2018

Jean Gabin e Saint-Exupéry



Contemporâneo de Saint-Exupéry, Jean Gabin foi um ator de teatro e cinema, às vezes também cantor. Dono de uma voz forte de barítono, transmitia um timbre de masculinidade sensível e humana.
Nasceu apenas 4 anos depois de Saint-Ex, em Paris, no dia 17 de maio de 1904. Entre 1931 e o final de sua carreira, em 1976, participou de 65 filmes como ator até sua morte por leucemia em 15 de novembro de 1976.

Gravou uma canção em 1936 “Quand on se promène au bord de l'eau” (Passeando à beira do lago) e apenas 38 anos depois, em 1974, veio a gravar de novo, um poema em forma de canção, mais declamado do que cantado, e que teve grande sucesso.
A canção “Maintenant Je Sais” (Agora eu sei) fala de um homem no outono da vida, refletindo sobre tudo que aprendeu ao longo dos anos.
Uma curiosidade sobre a gravação é que foi a segunda mais vendida no ano de 1974 no “hit-parade” da província de Quebec, Canada, cuja língua oficial é o francês.

Por serem contemporâneos, Gabin e Saint-Exupéry tinham uma admiração mútua muito sincera, e várias noites varavam a madrugada nos bairros boêmios de Paris, falando da vida, do amor, literatura, aviação, cinema.
A letra da canção você vê em francês no próprio vídeo. A tradução está logo abaixo.

Quando eu era criança, ainda pequeno,
Falava alto tentando ser homem
Eu dizia, EU SEI, EU SEI, EU SEI, EU SEI

Era começo, era primavera
Mas quando cheguei aos 18 anos
Dizia, EU SEI, não há dúvida, dessa vez EU SEI

E hoje em dia, olhando para trás
Observo esse mundo por onde tanto andei
E até agora não sei o que o faz girar !

E então aos 25 anos, eu sabia tudo: o amor, as rosas, a vida, o dinheiro
Sim, certamente o amor ! Eu havia passado por tudo!

E felizmente, como os amigos, havia consumido toda minha ração:
Na metade da vida, ainda pude aprender
E o que aprendi, cabe em três, quatro palavras:

“No dia que alguém te ama, tudo é lindo,
Não consigo dizer melhor, tudo é realmente lindo!

E ainda assim não consigo entender,
Agora que estou já no outono da vida
Por que esquecemos tantas noites de tristeza
Mas jamais uma manhã de ternura!

Toda minha juventude, quis dizer EU SEI
E no entanto quanto mais buscava menos sabia

E agora que o relógio já tocou 60 vezes
Me debruço à janela, observo e me digo baixinho

Desta vez EU SEI, EU SEI QUE NÃO SE SABE JAMAIS!

A vida, o amor, o dinheiro, os amigos e as rosas
Não se sabe jamais o ruído nem a cor dessas  coisas

É só isso que eu sei ! Mas isso, realmente EU SEI!

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