terça-feira, 20 de dezembro de 2016

“Porque o alimento essencial não lhe vem das coisas, mas sim do laço que liga as coisas

https://www.catarse.me/cidadela

                “Porque aquele que sabe interpretar a imagem, e que a traz na alma, ligada a ele como a criança ao seio, aquele para quem ela é a pedra angular, para quem ela é o sentido e o significado e ocasião de grandeza, espaço e plenitude, esse, se separado de sua nascente, se sente dividido, desmantelado, e morre de asfixia como a árvore que cortaram as raízes. Nunca mais se encontrará. E ainda assim, enquanto a imagem que nele morre o faz morrer, já não sofre e se acomoda na sua mediocridade sem perceber.
                “É por isso que convém manter permanentemente acordado no homem aquilo que é grande, e o converter à sua própria grandeza.
                “Porque o alimento essencial não lhe vem das coisas, mas sim do laço que liga as coisas. Não é o diamante, mas sim uma certa relação entre o diamante e os homens que o pode saciar. Nem as areias, mas sim uma certa relação entre as areias e as tribos. Não as palavras no livro, mas sim a relação entre as palavras do livro, que são amor, poema e sabedoria de Deus.

                “E se os convido a colaborar e a estar unidos e compor uma grande figura que engrandece cada um, que participa de todos, filhos do império, se vos envolvo na grandeza de meu amor, como não se sentir ampliado e porque resistir? A beleza da imagem só existe por causa da ressonância de cada parte sobre todas as outras. E essa visão te perturba. É o caso do poema que te leva às lágrimas. Agarrei estrelas, fontes, mágoas. Nada demais. Mas as juntei de acordo com meu jeito e elas serviram de pedestal a uma divindade que as domina e em nenhuma delas se contém”. 

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