segunda-feira, 31 de julho de 2017

VOO NOTURNO - 17

           
 CAPÍTULO XVI


            Subiu observando melhor os redemoinhos, graças às referências das estrelas. Seu ímã pálido o atraía. Sofrera por tanto tempo à procura de uma luz que já não poderia deixar nem mesmo a mais confusa. Privilegiado por esse luar, teria dado voltas até a morte em torno daquele sinal do qual tinha fome. E eis que subia em direção a campos de luz.

            Elevava-se, pouco a pouco, em espiral, em um poço que havia se aberto e que se fechava abaixo dele. A medida que subia, as nuvens perdiam sua lama de sombras, passavam por ele com ondas cada vez mais puras e brancas. Fabien emergiu.

            Sua surpresa foi extrema: a claridade era tal que o cegava. Teve de fechar os olhos por alguns segundos. Nunca teria acreditado que as nuvens, à noite, pudessem cegar. Mas a lua cheia e todas as constelações transformavam-nas em ondas resplandecentes.

            No segundo em que emergiu, o avião ganhou, de um só golpe, uma calma que parecia extraordinária. Nem uma onda sequer o inclinava. Como um barco que transpõe o dique, entrava em águas reservadas. Havia penetrado em uma parte desconhecida e escondida do céu, que era como a baía das ilhas bem-aventuradas. A tempestade, abaixo dele, constituía outro mundo de três mil metros de espessura, percorrido por rajadas, trombas d’água, relâmpagos, mas apresentava aos astros uma face de cristal e neve.

            Fabien acreditava ter chegado a limbos estranhos, pois tudo se tornava luminoso, suas mãos, suas roupas, suas asas. Porque a luz não provinha dos astros, mas se desprendia, debaixo dele e à sua volta, dessas massas brancas.

            As nuvens, abaixo dele, devolviam toda a neve que recebiam da lua. As da direita e as da esquerda também, altas como torres. Circulava uma luz leitosa na qual a tripulação se banhava. Olhando para trás, Fabien percebeu que o telegrafista sorria.

            — Isso está bem melhor! - gritava.

            Mas a voz se perdia em meio ao barulho do voo, apenas o sorriso falava. “De qualquer forma, sou louco de sorrir”, pensava Fabien. “Estamos perdidos.” No entanto, mil braços obscuros o tinham largado. Haviam desatado suas algemas, como as de um prisioneiro que deixamos caminhar sozinho, por um tempo, entre as flores.

            “Belo demais”, pensou Fabien. Passeavam entre as estrelas amontoadas com a densidade de um tesouro, em um mundo no qual nada, absolutamente nada além dele, Fabien, e de seu colega, estava vivo. Assemelhavam-se a esses ladrões de cidades fabulosas, emparedados na sala do tesouro, de onde não sabiam mais como sair. Por entre pedrarias congeladas, passeiam, infinitamente ricos, mas condenados.

           
CAPÍTULO XVII   

           

            Um dos radiotelegrafistas de Comodoro Rivadavia, escala da Patagônia, fez um gesto brusco, e todos os que velavam impotentes no posto reuniram-se em torno desse homem e se inclinaram.

            Eles se inclinaram em torno de um papel virgem e bem iluminado. A mão do operador ainda hesitava, e o lápis tremia. A mão do operador ainda mantinha as letras prisioneiras, mas os dedos já tremiam.

            — Tempestades?

            O radiotelegrafista fez que sim com a cabeça. A crepitação impedia-o de compreender. Logo anotou alguns sinais indecifrá­veis. Em seguida, palavras. Logo, puderam restabelecer o texto:

            “Bloqueados a três mil e oitocentos metros acima da tempestade. Navegamos em direção ao Oeste, pelo interior, pois derivávamos sobre o mar. Abaixo de nós está tudo fechado. Ignoramos se ainda estamos sobrevoando o mar. Informem se a tempestade se estende para o interior”.

            Por causa da tempestade, para transmitir esse telegrama a Buenos Aires, foi necessário estabelecer uma cadeia entre os postos. A mensagem avançava na noite, como um fogo que ilumina uma torre após outra.

            Buenos Aires pediu que respondessem:

            — Tempestade geral no interior. Quanto de combustível ainda lhes resta?

            — Cerca de meia hora.

            E essa frase, de vigia noturno em vigia noturno, chegou até Buenos Aires.

            A tripulação estava condenada a mergulhar, antes de trinta minutos, em um ciclone que a lançaria em direção ao solo.

           

CAPÍTULO XVIII

            Rivière permaneceu reflexivo. Já não tinha mais esperança: aquela tripulação naufragaria em algum lugar na noite.

            Recordou-se de uma visão que havia marcado sua infância: esvaziaram um tanque para encontrar um corpo. Eles também não encontrariam nada antes que a massa de sombras abandonasse a Terra, que as areias, as planícies, os trigais voltassem à luz. Talvez, simples camponeses descubram dois meninos, com o antebraço cobrindo o rosto, parecendo dormir, encalhados na relva sobre um fundo dourado e aprazível. Mas a noite os terá afogado.

            Rivière pensa nos tesouros sepultados nas profundezas da noite como em mares fabulosos... Essas macieiras noturnas que esperam o dia com todas as suas flores, flores que ainda não têm valor. A noite é rica, repleta de perfumes, de cordeiros adormecidos e de flores que ainda não têm cor.

            Pouco a pouco, surgirão com o dia vastos campos cultivados, bosques orvalhados, luzernas frescas. Mas entre as colinas – agora inofensivas -, as pradarias e os cordeiros, na sabedoria do mundo, dois meninos parecerão dormir. E alguma coisa terá passado do mundo visível para o outro mundo.

            Rivière sabe que a mulher de Fabien é inquieta e terna: aquele amor lhe foi apenas emprestado, como um brinquedo a uma criança pobre.

            Rivière pensa nas mãos de Fabien que, por alguns minutos, ainda retêm o seu destino nos instrumentos de comando. Aquelas mãos que acariciou. Aquela mão que pousou sobre um seio e provocou o tumulto, como uma mão divina. Aquela mão que pousou sobre um rosto e transformou-o. Aquela mão que era milagrosa.

            Fabien erra sobre o esplendor de um mar de nuvens: a noite, porém, mais abaixo, é a eternidade. Está perdido entre as constelações que somente ele habita. Ainda tem o mundo em suas mãos e o embala contra o seu peito. Segura, no volante, o peso da riqueza humana e caminha desesperado, de uma estrela a outra, inútil tesouro que terá de devolver...

            Rivière imagina que um posto de rádio o escuta ainda. Apenas uma onda musical, uma modulação menor, ainda liga Fabien ao mundo. Não um grito. Mas o som mais puro que o desespero jamais expressou.

           

             
CAPÍTULO XIX
           

            Robineau tira-o da solidão:

            — Senhor diretor, eu pensei... poderíamos talvez tentar...

            Ele não tinha nada para propor, mas testemunhava assim sua boa vontade. Adoraria encontrar uma solução e a procuraria, de certa forma, como a resposta para um enigma. Sempre encontrava soluções que Rivière nunca escutava: “Veja, Robineau, na vida não há soluções. O que existe são forças em movimento: é preciso criá-las e as soluções aparecem”. Assim, Robineau limitava o seu papel a criar uma força em movimento na corporação de mecânicos. Uma humilde força em movimento que protegia os eixos das hélices da ferrugem.

            Mas os acontecimentos dessa noite encontraram Robineau desarmado. Seu título de inspetor não tinha nenhum poder sobre as tempestades, nem sobre uma tripulação fantasma que, na realidade, já não se debatia por um prêmio de pontualidade, mas para escapar a uma única sanção que anulava as de Robineau: a morte.

             E Robineau, agora inútil, vagava nos escritórios, sem ter o que fazer.



            A mulher de Fabien se fez anunciar. Movida pela inquietação, esperava, no escritório dos secretários, que Rivière a recebesse. Os secretários, às escondidas, levantavam os olhos para o seu rosto. Ela experimentava uma espécie de vergonha e observava com temor o espaço ao seu redor: tudo ali a repugnava. Aqueles homens que continuavam seu trabalho, como se marchassem sobre um corpo, aqueles dossiês nos quais a vida humana, o sofrimento humano não deixavam nada além de um resíduo de algarismos insensíveis. Ela procurava sinais que lhe falassem de Fabien. Na sua casa tudo apontava para essa ausência: a cama entreaberta, o café servido, um buquê de flores... Não descobria nenhum sinal. Tudo se opunha à compaixão, à amizade, às lembranças. A única frase que ouviu, porque ninguém levantava a voz diante dela, foi a praga de um empregado, que reclamava de uma fatura. “...A fatura dos dínamos, bom Deus! Que nós expedimos para Santos.” Levantou os olhos para esse homem com uma expressão infinita de surpresa. Depois, observou a parede onde havia um mapa. Seus lábios tremiam um pouco, discretamente.

            Adivinhava, com embaraço, que ali ela representava uma verdade inimiga, quase lamentava ter ido; desejou esconder-se e, por medo de ser excessivamente notada, tentou conter a tosse e o choro. Sentia-se insólita e inconveniente, como se estivesse nua. Mas sua verdade era tão forte que os olhares fugidios voltavam, às escondidas, incansavelmente, para lê-la no seu rosto. Essa mulher era muito bela. E revelava aos homens o mundo sagrado da felicidade. Revelava em que matéria augusta tocamos, sem o saber, quando agimos. Sob tantos olhares, fechou os olhos. Ela revelou quanta paz podemos destruir, sem saber.

            Rivière a recebeu.

            Ela vinha advogar timidamente em nome das suas flores, do seu café servido, da sua carne jovem. Uma vez mais, naquele escritório ainda mais frio, seus lábios voltaram a tremer levemente. Ela também descobria sua própria verdade, inexprimível neste outro mundo.

            Tudo o que nela se revestia de amor, quase selvagem - de tão ardente, de tão entregue -, parecia-lhe que tomava um aspecto inoportuno, egoísta. Desejou fugir:

            — Estou incomodando-o...

            — Senhora - disse-lhe Rivière -, não está me incomodando. Infelizmente, eu e a senhora não podemos fazer mais nada além de esperar.

            Ela encolheu levemente os ombros, mas Rivière compreendeu o sentido do gesto: "De que servem a lâmpada, o jantar servido, as flores que voltarei a encontrar...”. Uma jovem mãe havia confessado a Rivière um dia: “Ainda não compreendi a morte de meu filho. São as pequenas coisas que são duras, suas roupinhas que encontro e, se me levanto à noite, essa ternura que, mesmo assim, sobe ao meu coração, ainda que, a partir de agora, seja inútil como o meu leite...”. Também para aquela mulher, a morte de Fabien começaria apenas no dia seguinte: em cada ato, dali em diante, em cada objeto... Fabien deixaria lentamente a sua casa. Rivière calava uma profunda compaixão.

            — Senhora...

            A jovem se retirou, com um sorriso quase humilde, ignorando seu próprio poder.

            Rivière sentou-se, um pouco pesaroso.

            “Contudo, ela me ajudou a descobrir o que eu procurava...”

             Batia distraidamente os dedos sobre os telegramas de proteção das escalas do Norte. Sonhava.

            “Nós não pedimos para ser eternos, mas para não ver os atos e as coisas perderem repentinamente o sentido. O vazio que nos rodeia se mostra então...”

            Com os olhos nos telegramas, pensou: “E eis por que meios, entre nós, a morte se faz anunciar: essas mensagens já não fazem sentido...”.

            Observou Robineau. Aquele rapaz medíocre, agora inútil, não tinha mais sentido. Rivière lhe disse em um tom quase alterado:

            — Será preciso que eu mesmo lhe dê trabalho!

            Em seguida, Rivière empurrou a porta que dava para a sala dos secretários e o desaparecimento de Fabien o atingiu, de forma evidente, por meio dos sinais que a senhora Fabien não soube ver. A ficha do R.B. 903 já figurava no mural, na coluna do material indisponível. Os secretários, que preparavam o material do correio da Europa, sabendo que sairia com atraso, trabalhavam mal. Do campo de aviação, pediam instruções por telefone para as equipes que permaneciam em vigília, sem objetivo. As funções da vida tinham diminuído o ritmo. “A morte, ei-la!”, pensou Rivière. Sua obra era semelhante a um veleiro avariado, sem vento, sobre o mar.




            Ouviu a voz de Robineau:

            — Senhor diretor... estavam casados havia seis semanas...

            — Vá trabalhar.

            Rivière permaneceu observando os secretários e, atrás destes, os operários, os mecânicos, os pilotos, todos os que o haviam ajudado na sua obra, com uma fé de construtores. Pensou nas pequenas cidades de outros tempos, que, ouvindo falar de “ilhas”, construíram o seu navio. Para carregá-lo com a sua esperança. Para que os homens pudessem ver sua esperança e abrir as velas sobre o mar. Todos engrandecidos, todos fora de si mesmos, todos libertos por um navio. “O objetivo talvez não justifique nada, mas a ação liberta da morte. Aqueles homens perdurariam por seu navio.”

            E Rivière também lutará contra a morte, quando tiver dado aos telegramas seu sentido pleno, às equipes de vigilância noturna, à sua inquietação e aos pilotos, seu objetivo dramático. Quando a vida reanimar essa obra, como o vento reanima um veleiro no mar.
            Mas os acontecimentos dessa noite encontraram Robineau desarmado. Seu título de inspetor não tinha nenhum poder sobre as tempestades, nem sobre uma tripulação fantasma que, na realidade, já não se debatia por um prêmio de pontualidade, mas para escapar a uma única sanção que anulava as de Robineau: a morte.

             E Robineau, agora inútil, vagava nos escritórios, sem ter o que fazer.



            A mulher de Fabien se fez anunciar. Movida pela inquietação, esperava, no escritório dos secretários, que Rivière a recebesse. Os secretários, às escondidas, levantavam os olhos para o seu rosto. Ela experimentava uma espécie de vergonha e observava com temor o espaço ao seu redor: tudo ali a repugnava. Aqueles homens que continuavam seu trabalho, como se marchassem sobre um corpo, aqueles dossiês nos quais a vida humana, o sofrimento humano não deixavam nada além de um resíduo de algarismos insensíveis. Ela procurava sinais que lhe falassem de Fabien. Na sua casa tudo apontava para essa ausência: a cama entreaberta, o café servido, um buquê de flores... Não descobria nenhum sinal. Tudo se opunha à compaixão, à amizade, às lembranças. A única frase que ouviu, porque ninguém levantava a voz diante dela, foi a praga de um empregado, que reclamava de uma fatura. “...A fatura dos dínamos, bom Deus! Que nós expedimos para Santos.” Levantou os olhos para esse homem com uma expressão infinita de surpresa. Depois, observou a parede onde havia um mapa. Seus lábios tremiam um pouco, discretamente.

            Adivinhava, com embaraço, que ali ela representava uma verdade inimiga, quase lamentava ter ido; desejou esconder-se e, por medo de ser excessivamente notada, tentou conter a tosse e o choro. Sentia-se insólita e inconveniente, como se estivesse nua. Mas sua verdade era tão forte que os olhares fugidios voltavam, às escondidas, incansavelmente, para lê-la no seu rosto. Essa mulher era muito bela. E revelava aos homens o mundo sagrado da felicidade. Revelava em que matéria augusta tocamos, sem o saber, quando agimos. Sob tantos olhares, fechou os olhos. Ela revelou quanta paz podemos destruir, sem saber.

            Rivière a recebeu.

            Ela vinha advogar timidamente em nome das suas flores, do seu café servido, da sua carne jovem. Uma vez mais, naquele escritório ainda mais frio, seus lábios voltaram a tremer levemente. Ela também descobria sua própria verdade, inexprimível neste outro mundo.

            Tudo o que nela se revestia de amor, quase selvagem - de tão ardente, de tão entregue -, parecia-lhe que tomava um aspecto inoportuno, egoísta. Desejou fugir:

            — Estou incomodando-o...

            — Senhora - disse-lhe Rivière -, não está me incomodando. Infelizmente, eu e a senhora não podemos fazer mais nada além de esperar.

            Ela encolheu levemente os ombros, mas Rivière compreendeu o sentido do gesto: "De que servem a lâmpada, o jantar servido, as flores que voltarei a encontrar...”. Uma jovem mãe havia confessado a Rivière um dia: “Ainda não compreendi a morte de meu filho. São as pequenas coisas que são duras, suas roupinhas que encontro e, se me levanto à noite, essa ternura que, mesmo assim, sobe ao meu coração, ainda que, a partir de agora, seja inútil como o meu leite...”. Também para aquela mulher, a morte de Fabien começaria apenas no dia seguinte: em cada ato, dali em diante, em cada objeto... Fabien deixaria lentamente a sua casa. Rivière calava uma profunda compaixão.

            — Senhora...

            A jovem se retirou, com um sorriso quase humilde, ignorando seu próprio poder.

            Rivière sentou-se, um pouco pesaroso.

            “Contudo, ela me ajudou a descobrir o que eu procurava...”

             Batia distraidamente os dedos sobre os telegramas de proteção das escalas do Norte. Sonhava.

            “Nós não pedimos para ser eternos, mas para não ver os atos e as coisas perderem repentinamente o sentido. O vazio que nos rodeia se mostra então...”

            Com os olhos nos telegramas, pensou: “E eis por que meios, entre nós, a morte se faz anunciar: essas mensagens já não fazem sentido...”.

            Observou Robineau. Aquele rapaz medíocre, agora inútil, não tinha mais sentido. Rivière lhe disse em um tom quase alterado:

            — Será preciso que eu mesmo lhe dê trabalho!

            Em seguida, Rivière empurrou a porta que dava para a sala dos secretários e o desaparecimento de Fabien o atingiu, de forma evidente, por meio dos sinais que a senhora Fabien não soube ver. A ficha do R.B. 903 já figurava no mural, na coluna do material indisponível. Os secretários, que preparavam o material do correio da Europa, sabendo que sairia com atraso, trabalhavam mal. Do campo de aviação, pediam instruções por telefone para as equipes que permaneciam em vigília, sem objetivo. As funções da vida tinham diminuído o ritmo. “A morte, ei-la!”, pensou Rivière. Sua obra era semelhante a um veleiro avariado, sem vento, sobre o mar.




            Ouviu a voz de Robineau:

            — Senhor diretor... estavam casados havia seis semanas...

            — Vá trabalhar.

            Rivière permaneceu observando os secretários e, atrás destes, os operários, os mecânicos, os pilotos, todos os que o haviam ajudado na sua obra, com uma fé de construtores. Pensou nas pequenas cidades de outros tempos, que, ouvindo falar de “ilhas”, construíram o seu navio. Para carregá-lo com a sua esperança. Para que os homens pudessem ver sua esperança e abrir as velas sobre o mar. Todos engrandecidos, todos fora de si mesmos, todos libertos por um navio. “O objetivo talvez não justifique nada, mas a ação liberta da morte. Aqueles homens perdurariam por seu navio.”


            E Rivière também lutará contra a morte, quando tiver dado aos telegramas seu sentido pleno, às equipes de vigilância noturna, à sua inquietação e aos pilotos, seu objetivo dramático. Quando a vida reanimar essa obra, como o vento reanima um veleiro no mar.

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