quinta-feira, 22 de junho de 2017

22 de junho de 1944, o General De Gaulle conclama os franceses a resistir


Após uma emissão radiofônica feita no dia 18 de junho, através da BBC, o General Charles de Gaulle se dirige de novo a todos os franceses, 
Falando de Londres, onde se exilou após os nazistas tomarem a França com a imposição de um governo fantoche em Vichy.
Ouça o discurso do General, e você pode acompanhar aqui – logo abaixo pode ver a tradução.


Le gouvernement français, après avoir demandé l'armistice, connaît, maintenant, les conditions dictées par l'ennemi.

Il résulte de ces conditions que les forces françaises de terre, de mer et de l'air seraient entièrement démobilisées, que nos armes seraient livrées, que le territoire français serait totalement occupé et que le gouvernement français tomberait sous la dépendance de l'Allemagne et de l'Italie.

On peut donc dire que cet armistice serait non seulement une capitulation mais encore un asservissement.

Or, beaucoup de Français n'acceptent pas la capitulation ni la servitude pour des raisons qui s'appellent l'honneur, le bon sens, l'intérêt supérieur de la patrie.

Je dis l'honneur, car la France s'est engagée à ne déposer les armes que d'accord avec ses alliés.

Tant que ses alliés continuent la guerre, son gouvernement n'a pas le droit de se rendre à l'ennemi.

Le gouvernement polonais, le gouvernement norvégien, le gouvernement hollandais, le gouvernement belge, le gouvernement luxembourgeois, quoique chassés de leur territoire, ont compris ainsi leur devoir.

Je dis le bon sens, car il est absurde de considérer la lutte comme perdue.

Oui, nous avons subi une grande défaite.

Un système militaire mauvais, les fautes commises dans la conduite des opérations, l'esprit d'abandon du gouvernement pendant ces derniers combats nous ont fait perdre la bataille de France.

Mais il nous reste un vaste empire, une flotte intacte, beaucoup d'or.

Il nous reste des alliés dont les ressources sont immenses, et qui dominent les mers.

Il nous reste les gigantesques possibilités de l'industrie américaine.

Les mêmes conditions de la guerre qui nous ont fait battre par cinq mille avions et six mille chars peuvent nous donner, demain, la victoire par vingt mille chars et vingt mille avions.

Je dis l'intérêt supérieur de la patrie car cette guerre n'est pas une guerre franco-allemande, qu'une bataille puisse décider.

Cette guerre est une guerre mondiale.

Nul ne peut prévoir si les peuples qui sont neutres, aujourd'hui, le resteront demain.

Même les alliés de l'Allemagne resteront-ils toujours ses alliés ?

Si les forces de la liberté triomphent finalement de celles de la servitude, quel serait le destin d'une France qui se serait soumise à l'ennemi ?

L'honneur, le bon sens, l'intérêt supérieur de la patrie commandent à tous les Français libres de continuer le combat là où ils seront et comme ils pourront.

Il est, par conséquent, nécessaire de grouper partout où cela se peut une force française aussi grande que possible.

Tout ce qui peut être réuni en fait d'éléments militaires français et de capacité française de production d'armement doit être organisé partout où il y en a.

Moi, général De Gaulle, j'entreprends ici, en Angleterre, cette tâche nationale.

J'invite tous les militaires français des armées de terre, de mer et de l'air, j'invite les ingénieurs et les ouvriers français spécialistes de l'armement qui se trouvent en territoire britannique ou qui pourraient y parvenir, à se réunir à moi. J'invite les chefs, les soldats, les marins, les aviateurs des forces françaises de terre, de mer, de l'air, où qu'ils se trouvent actuellement, à se mettre en rapport avec moi. J'invite tous les Français qui veulent rester libres à m'écouter et à me suivre.


Vive la France libre dans l'honneur et dans l'indépendance !


TRADUÇÃO

O governo francês, após pedir um armistício, recebe, hoje, as condições ditadas pelo inimigo.

Em consequência dessas condições as forças francesas de terra, mar e ar serão inteiramente desmobilizadas, nossas armas serão entregues, o território francês será inteiramente ocupado e o governo francês se torna dependente da Alemanha e da Itália.

Pode-se dizer portanto que esse armistício é não apenas uma rendição mas além disso, uma submissão.

No entanto muitos franceses não aceitam a rendição nem a submissão por motivos que são a Honra, o Bom Senso, e o Interesse Supremo da Pátria.

Falo sobre a Honra, pois a Franca se comprometeu a apenas depor as armas junto com seus aliados.

Enquanto nossos aliados continuarem a guerra, o governo não tem o direito de se render ao inimigo.

O governo polonês, o governo norueguês, o governo holandês, o governo belga, o governo luxemburguês, mesmo expulsos de seus territórios, é assim que interpretam seu dever.

Falo do Bom Senso, porque é absurdo considerar a luta como perdida.

Sim, sofremos uma grande derrota.

Um péssimo sistema militar,  erros cometidos na execução das operações, o espirito de derrota que o governo mostrou durante esses combates finais nos fizeram perder a Batalha da França.

Mas ainda temos um vasto império, uma frota intacta, muitos recursos financeiros.

Ainda temos aliados com imensos recursos, e que dominam os mares.

Ainda temos as gigantescas possibilidades da indústria americana.

As mesmas condições da guerra que nos fizeram lutar com cinco mil aviões e seis mil tanques podem nos entregar, no futuro, a vitória com vinte mil tanques vinte mil aviões.

Falo sobre o Interesse Superior da Pátria porque esta guerra não é uma guerra franco-alemã, que uma batalha possa decidir

É uma guerra mundial.

Ninguém pode prever se os países que hoje são neutros, no futuro continuarão a sê-lo.

Será que os aliados da Alemanha de hoje continuarão a sê-lo no futuro?

Se as forças da liberdade triunfarem finalmente sobre as forças da submissão, qual será o destino de uma França submissa ao inimigo?

A Honra, o Bom Senso, o Interesse Superior da Pátria obrigam todos os franceses livres a continuar o combate onde quer que estejam e de todas as formas que consigam.

Torna-se, portanto, necessário reunir onde pudermos, uma forca francesa que seja a maior possível.

Tudo que conseguirmos reunir das forças armadas francesas e da nossa capacidade de produção de armamentos deve ser organizado onde pudermos.

Eu, General De Gaulle, assumo aqui, na Inglaterra, essa missão nacional.

Convoco todos os militares franceses de terra, mar e ar, convoco os engenheiros e os operários franceses especializados em armamentos e que nesse momento estiverem em solo britânico, ou que consigam aqui chegar, a se unir a mim. Convoco os chefes, os soldados, os marinheiros, os aviadores das forças francesas de terra, mar e ar, onde quer que se encontrem nesse instante, a se juntar a mim. Convoco todos os franceses que decidiram continuar livres a me ouvir e a me seguir.


Viva a Franca Livre, com Honra e Independência!

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