Após uma emissão radiofônica feita no dia 18 de junho, através da BBC, o General Charles de Gaulle se dirige de novo a todos os franceses,
Falando de
Londres, onde se exilou após os nazistas tomarem a França com a imposição de um
governo fantoche em Vichy.
Ouça o discurso do General, e você pode acompanhar
aqui – logo abaixo pode ver a tradução.
Le
gouvernement français, après avoir demandé l'armistice, connaît, maintenant,
les conditions dictées par l'ennemi.
Il
résulte de ces conditions que les forces françaises de terre, de mer et de
l'air seraient entièrement démobilisées, que nos armes seraient livrées, que le
territoire français serait totalement occupé et que le gouvernement français
tomberait sous la dépendance de l'Allemagne et de l'Italie.
On
peut donc dire que cet armistice serait non seulement une capitulation mais
encore un asservissement.
Or,
beaucoup de Français n'acceptent pas la capitulation ni la servitude pour des
raisons qui s'appellent l'honneur, le bon sens, l'intérêt supérieur de la
patrie.
Je
dis l'honneur, car la France s'est engagée à ne déposer les armes que d'accord
avec ses alliés.
Tant
que ses alliés continuent la guerre, son gouvernement n'a pas le droit de se
rendre à l'ennemi.
Le
gouvernement polonais, le gouvernement norvégien, le gouvernement hollandais,
le gouvernement belge, le gouvernement luxembourgeois, quoique chassés de leur
territoire, ont compris ainsi leur devoir.
Je
dis le bon sens, car il est absurde de considérer la lutte comme perdue.
Oui,
nous avons subi une grande défaite.
Un
système militaire mauvais, les fautes commises dans la conduite des opérations,
l'esprit d'abandon du gouvernement pendant ces derniers combats nous ont fait
perdre la bataille de France.
Mais
il nous reste un vaste empire, une flotte intacte, beaucoup d'or.
Il
nous reste des alliés dont les ressources sont immenses, et qui dominent les
mers.
Il
nous reste les gigantesques possibilités de l'industrie américaine.
Les
mêmes conditions de la guerre qui nous ont fait battre par cinq mille avions et
six mille chars peuvent nous donner, demain, la victoire par vingt mille chars
et vingt mille avions.
Je
dis l'intérêt supérieur de la patrie car cette guerre n'est pas une guerre
franco-allemande, qu'une bataille puisse décider.
Cette
guerre est une guerre mondiale.
Nul
ne peut prévoir si les peuples qui sont neutres, aujourd'hui, le resteront
demain.
Même
les alliés de l'Allemagne resteront-ils toujours ses alliés ?
Si
les forces de la liberté triomphent finalement de celles de la servitude, quel
serait le destin d'une France qui se serait soumise à l'ennemi ?
L'honneur,
le bon sens, l'intérêt supérieur de la patrie commandent à tous les Français
libres de continuer le combat là où ils seront et comme ils pourront.
Il
est, par conséquent, nécessaire de grouper partout où cela se peut une force
française aussi grande que possible.
Tout
ce qui peut être réuni en fait d'éléments militaires français et de capacité
française de production d'armement doit être organisé partout où il y en a.
Moi,
général De Gaulle, j'entreprends ici, en Angleterre, cette tâche nationale.
J'invite
tous les militaires français des armées de terre, de mer et de l'air, j'invite
les ingénieurs et les ouvriers français spécialistes de l'armement qui se
trouvent en territoire britannique ou qui pourraient y parvenir, à se réunir à
moi. J'invite les chefs, les soldats, les marins, les aviateurs des forces
françaises de terre, de mer, de l'air, où qu'ils se trouvent actuellement, à se
mettre en rapport avec moi. J'invite tous les Français qui veulent rester
libres à m'écouter et à me suivre.
Vive
la France libre dans l'honneur et dans l'indépendance !
TRADUÇÃO
TRADUÇÃO
O
governo francês, após pedir um armistício, recebe, hoje, as condições ditadas
pelo inimigo.
Em
consequência dessas condições as forças francesas de terra, mar e ar serão
inteiramente desmobilizadas, nossas armas serão entregues, o território francês
será inteiramente ocupado e o governo francês se torna dependente da Alemanha e
da Itália.
Pode-se
dizer portanto que esse armistício é não apenas uma rendição mas além disso,
uma submissão.
No
entanto muitos franceses não aceitam a rendição nem a submissão por motivos que
são a Honra, o Bom Senso, e o Interesse Supremo da Pátria.
Falo
sobre a Honra, pois a Franca se comprometeu a apenas depor as armas junto com
seus aliados.
Enquanto
nossos aliados continuarem a guerra, o governo não tem o direito de se render
ao inimigo.
O
governo polonês, o governo norueguês, o governo holandês, o governo belga, o
governo luxemburguês, mesmo expulsos de seus territórios, é assim que
interpretam seu dever.
Falo
do Bom Senso, porque é absurdo considerar a luta como perdida.
Sim,
sofremos uma grande derrota.
Um
péssimo sistema militar, erros cometidos
na execução das operações, o espirito de derrota que o governo mostrou durante
esses combates finais nos fizeram perder a Batalha da França.
Mas
ainda temos um vasto império, uma frota intacta, muitos recursos financeiros.
Ainda
temos aliados com imensos recursos, e que dominam os mares.
Ainda
temos as gigantescas possibilidades da indústria americana.
As
mesmas condições da guerra que nos fizeram lutar com cinco mil aviões e seis
mil tanques podem nos entregar, no futuro, a vitória com vinte mil tanques
vinte mil aviões.
Falo
sobre o Interesse Superior da Pátria porque esta guerra não é uma guerra franco-alemã,
que uma batalha possa decidir
É
uma guerra mundial.
Ninguém
pode prever se os países que hoje são neutros, no futuro continuarão a sê-lo.
Será
que os aliados da Alemanha de hoje continuarão a sê-lo no futuro?
Se
as forças da liberdade triunfarem finalmente sobre as forças da submissão, qual
será o destino de uma França submissa ao inimigo?
A
Honra, o Bom Senso, o Interesse Superior da Pátria obrigam todos os franceses
livres a continuar o combate onde quer que estejam e de todas as formas que
consigam.
Torna-se,
portanto, necessário reunir onde pudermos, uma forca francesa que seja a maior
possível.
Tudo
que conseguirmos reunir das forças armadas francesas e da nossa capacidade de produção
de armamentos deve ser organizado onde pudermos.
Eu,
General De Gaulle, assumo aqui, na Inglaterra, essa missão nacional.
Convoco
todos os militares franceses de terra, mar e ar, convoco os engenheiros e os
operários franceses especializados em armamentos e que nesse momento estiverem
em solo britânico, ou que consigam aqui chegar, a se unir a mim. Convoco os
chefes, os soldados, os marinheiros, os aviadores das forças francesas de
terra, mar e ar, onde quer que se encontrem nesse instante, a se juntar a mim.
Convoco todos os franceses que decidiram continuar livres a me ouvir e a me
seguir.
Viva
a Franca Livre, com Honra e Independência!
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