sexta-feira, 30 de junho de 2017

O PEQUENO PRÍNCIPE - 12

XI

            O segundo planeta era habitado por um homem vaidoso.

            “Ah! Ah! Lá vem um admirador me visitar!“, ele exclamou de longe, assim que viu o pequeno príncipe se aproximando. Pois que, para os vaidosos, todos os demais eram admiradores.



             "Bom dia”, disse o viajante pequenino. "Esse seu chapéu é um tanto engraçado.”

            "É um chapéu para saudações, para que eu possa saudar aqueles que me aclamam. Infelizmente, quase ninguém costuma passar por essas bandas."

            "Como assim?”, perguntou o pequeno príncipe, ainda sem entender ao certo do que o homem vaidoso falava.

            "Bata suas mãos, uma contra a outra”, instruiu o homem.

            E, assim que o pequeno príncipe bateu palmas, o homem vaidoso o saudou, modestamente, com seu chapéu de saudações.

            “Isto é mais divertido do que a visita ao rei”, pensou o pequeno príncipe consigo mesmo. E bateu palmas novamente, e assim o seguiu o homem vaidoso, fazendo saudações com seu chapéu para cada aplauso recebido.

            Após uns cinco minutos, no entanto, o pequeno príncipe começou a se cansar daquela brincadeira monótona:

            “E o que precisamos fazer para que o chapéu caia?”

            Mas o homem não o escutou. Homens vaidosos jamais ouvem coisa alguma além de elogios.

            “Você realmente me admira tanto assim?”, indagou ao pequeno príncipe.

             "O que isto quer dizer - 'admirar’?"

            "Me admirar significa reconhecer que sou o homem mais belo, de vestes mais hixuosas, e também o mais rico e o mais inteligente de todo este planeta."

            "Mas você é o único homem deste planeta!"

            "Me faça esta gentileza, e me admire mesmo assim..."

            “Eu o admiro", disse o pequeno príncipe, dando de ombros, "mas como pode isto ser algo tão interessante para você?”

            E assim, o viajante pequenino prosseguiu sua jornada.

            "As pessoas grandes certamente são um tanto bizarras”, pensou consigo mesmo, enquanto viajava.

           


            

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