Era uma vez um cara chamado Herman Hollerith.
A essa altura você está lembrando do seu contracheque salarial – sim, chama-se “Hollerith”
por causa desse cara, que nasceu em 1860 e morreu em 1929. Mas a história
começa antes dele.
Em 1804, um tal de Joseph Marie Jacquard construiu um tear inteiramente
automatizado, que podia fazer desenhos muito complicados. Esse tear era programado
por uma série de cartões perfurados, cada um deles controlando um único
movimento da lançadeira.
Curiosamente, ele era de um ramo que não tinha nada a ver
com números e calculadoras:
a tecelagem.
Filho de tecelões - e, ele mesmo, um aprendiz têxtil desde os dez anos de idade
- , Jacquard sentiu-se incomodado com a monótona tarefa que lhe fora confiada
na adolescência: alimentar os teares com novelos de linhas coloridas
para formar os desenhos no pano que
estava sendo fiado.
A máquinan de Jacquard, onde se vê o papel perfurado
que dava instruções ao tear e automatizava o processo
de tecelagem
|
Jacquard construiu um tear automático, capaz de ler os
cartões e executar as operações na sequencia programada. A primeira
demonstração prática do sistema aconteceu na virada do século XIX,
em 1801.
Os mesmos cartões perfurados de Jacquard, que mudaram a rotina da indústria
têxtil, teriam, poucos anos depois, uma decisiva influência no ramo da computação.
E, praticamente sem alterações, continuam a ser aplicados ainda hoje. (Leia até
o final que você vai entender)
Certamente utilizando o princípio
descoberto por Jacquard para comando automático de teares, Hermann Hollerith
- funcionário do United States Census Bureau -
inventou, em 1880, uma máquina para realizar as operações de recenseamento da
população. A máquina fazia a leitura de cartões de papel perfurados em
código BCD (Binary Coded Decimal)
e efetuava contagens da informação referente à perfuração respectiva. O sistema
foi patenteado em 8 de junho de 1887.
Com esse processo, os Estados Unidos
puderam acompanhar de perto o crescimento de sua população. Os resultados do
censo de 1890 foram fornecidos três anos depois, economizando-se vários anos de
trabalho.
Em 1896, Holerith criou a Tabulating
Machine Company e introduziu inovações em sua descoberta: a fita de papel foi
substituída por cartões. Estes viriam a ser o elemento básico das máquinas IBM
de processamento de dados de algumas décadas atrás. Já em 1911, duas outras
companhias, a Internacional Time Recorde
Co. (de registradores mecânicos de tempo), e a Computing Cale Co.
(de instrumentos de aferição de peso), uniram-se a ela, por sugestão do
negociante e banqueiro Charles R. Flint,
formando-se então a Computing Tabulating Recording Co - a CTR.
Três anos mais tarde, em 1914, Thomas J.
Watson (líder
industrial que foi um dos homens mais ricos do seu tempo) assumiu a presidência
da organização e estabeleceu normas de trabalho absolutamente inovadoras para a
época. Naquele tempo, a CTR contava com menos de 1400 funcionários e as
constantes pesquisas de engenharia resultaram na criação e no aperfeiçoamento
de novas máquinas de contabilidade, exigidas pelo rápido desenvolvimento industrial.
Antes do ano de 1924, aquele pequeno grupo de homens havia aumentado e
diversificado muito sua experiência. Os produtos ganharam maior qualidade,
surgiram novas máquinas e com elas novos escritórios de vendas e mais
vendedores.
Em fevereiro de 1924 a CTR muda seu nome para INTERNATIONAL
BUSINESS MACHINES, hoje mundialmente conhecida pelo seu acrônimo, IBM.
A sigla IBM passou a ser, desde
então, a fórmula para que a indústria e o comércio continuassem a resolver seus
problemas de desenvolvimento.
controle e transferência de
prisioneiros, segundo o jornalista Edinho Black no seu livro “Jazi Nexus”, de
2009. Os serviços prestados pela IBM ao governo alemão rendeu o equivalente a
US$ 200 milhões.
O número de identificação tatuado no
braço dos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz relacionava-se ao
número de cartão perfurado dos registros da IBM.
Em consequência do constante e
rápido desenvolvimento, a International Business Machines Corporation criou em
1949 a IBM World Trade Corporation, uma subsidiária inteiramente independente,
cujo objetivo era aumentar vendas, serviços e produção fora dos Estados Unidos.
As fábricas e laboratórios da IBM
funcionam em 15 diferentes países. Essas fábricas estão integradas aos laboratórios
de desenvolvimento na França, Alemanha, Espanha, Itália, Holanda, Suécia, Inglaterra, Brasil, Argentina, Colômbia, México, Canadá, Austrália e Japão.
Invenções da IBM - o HD, a memória RAM,
o cartão magnético, e o código de barras.
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Nos últimos anos, a IBM transformou
completamente seu modelo de negócio. A empresa se desfez de várias atividades
que já tinham se transformado em "commodities", como os segmentos de
PCs e Impressoras, e ampliou os investimentos nas áreas de prestação de
serviços, que possuem um superior valor agregado, como consultoria, Informação
on Demanda e Serviços. Em 2005, sua divisão de PCs
foi vendida para a empresa chinesa Lenovo.
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