Antes da Amazon mudar todo o mercado de varejo, há um século, outro americano já havia feito o mesmo com sua loja em Londres.
Selfridges,
também conhecida como Selfridge & Co., é uma cadeia de lojas de departamento no Reino
Unido fundada por Harry Gordon Selfridge.
A loja original
abriu na Oxford Street em Londres em
15 de março de 1909 e
era, na altura, a segunda maior loja do Reino Unido (depois
do Harrods).
Os
primeiros anos da loja foram dramatizados na série Mr Selfridge.
A
história de sucesso do Selfridge's deve-se, em grande parte, ao marketing
inovador e implacável que foi empregado principalmente na loja original de
Oxford Street. Sendo de origem americana, Harry Gordon Selfridge tentou
desmistificar a ideia de que o consumismo era
um fenómeno exclusivamente americano.
Ele
tentou fazer o acto de fazer compras algo divertido e uma forma de lazer e não
apenas uma tarefa, o que o levou a transformar a loja de departamento num marco
social e cultural que fornecia um espaço público onde as mulheres podiam estar
confortáveis e tratar delas próprias.
Para
enfatizar a importância da criação de um ambiente acolhedor, Selfridge colocou
a mercadoria à vista dos clientes para que estes a pudessem avaliar com os seus
próprios olhos, mudou o balcão de perfumes (que dava grandes lucros) para a
entrada da loja e criou políticas que tornavam as compras mais seguras e fáceis
para o cliente. Estas técnicas foram adotadas por uma grande parte das lojas de
departamento modernas um pouco por todo o mundo.
A origem
da frase "o cliente tem sempre razão" é atribuída a Selfridge ou à
loja de departamentos onde este trabalhou durante 25 anos, a Marshall
Field em Chicago e a Selfridges utilizava-a frequentemente nas
suas campanhas publicitárias.
Selfridge,
que se interessava pela educação e temas científicos, organizou várias
exposições na sua loja uma vez que acreditava que estas eram uma forma de
atrair novos clientes e constituíam um bom investimento a longo prazo.
Em 1909,
após a primeira travessia num avião do Canal da
Mancha, o monoplano utilizado por Louis Blériot foi
exibido na Selfridges e visto por 12 000 pessoas.
John Logie
Baird utilizou também a loja para fazer a primeira demonstração
pública de imagens em movimento através da televisão entre 1 e 27 de abril de
1925.
Nas
décadas de 1920 e 1930, o telhado da loja tinha jardins, cafés, um campo de
mini-golfe e um clube de tiro exclusivamente feminino. O telhado, com as suas
vistas espetculares de Londres, foi um local popular de passeio e foi utilizado
em diversas ocasiões para desfiles de moda.
Durante
a Segunda Guerra Mundial, a loja foi
bombardeada, mas sofreu poucos danos. No entanto, os jardins foram destruídos e
só voltariam a abrir ao público em 2009.
Em 1932
foi instalado um sismógrafo Mine-Shaw no terceiro andar da loja de Oxford
Street. Este foi colocado num dos principais pilares do edifício e aí
permaneceu despercebido ao movimento do público. Em 11 de junho de 1938
conseguiu registar um terremoto na Bélgica que também foi sentido em Londres.
Em 1947 o aparelho foi doado ao British Museum.
Em 1943,
a loja acolheu na sua cave o enorme aparelho SIGSALY que
servia para proteger as comunicações entre oficiais britânicos e
norte-americanos (com destque para Winston
Churchill e Franklin D. Roosevelt) durante a Segunda
Guerra Mundial. O aparelho estava ligado aos escritórios do Gabinete de Guerra que ficava a cerca de
1,5 km da loja.
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