Charles
Aznavour (Paris, 22 de maio de 1924) é um cantor francês de
origem armênia, também letrista e ator.
Além de ser um dos mais
populares e longevos cantores da França,
ele é também um dos cantores franceses mais conhecidos no exterior. Ele atuou
em mais de 60 filmes, compôs cerca de 850 canções (incluindo 150 em inglês,
100 em italiano, 70 em espanhol e 50 em alemão)
e já vendeu bem mais que 100 milhões de discos.
Aznavour nasceu Shahnour Vaghinagh Aznavourian (em armênio: Շահնուր Վաղինակ Ազնավուրյան), filho
dos imigrantes armênios Michael e Knar Aznavourian. Seus pais, que eram
artistas, o introduziram ao mundo do teatro em
tenra idade.
Começou a atuar aos nove anos de idade e logo assumiu o
nome artístico Charles Aznavour. Seu grande sucesso aconteceu quando a cantora Édith Piaf o
ouviu cantar e o levou consigo numa turnê pela França e
pelos Estados Unidos.
Aznavour canta em francês, inglês, italiano, espanhol, alemão, russo, armênio e português, o que o ajudou a se apresentar no Carnegie Hall e
noutras casas de espetáculos mundo afora.
Gravou pelo menos uma canção do poeta Sayat Nova, do século XVIII,
em armênio. "Que c'est triste
Venise", cantada em francês, em italiano ("Com'è triste Venezia"),
espanhol ("Venecia sin tí"), inglês ("How sad Venice can
be", "The Old-Fashioned Way") e alemão ("Venedig im
Grau") estão entre as mais famosas canções poliglotas de Aznavour.
Nos anos 1970,
Aznavour tornou-se um grande sucesso no Reino Unido,
onde sua canção "She" saltou para o número um nas paradas de
sucessos.
Admirador do Quebec, tem ajudado a carreira da
cantora e letrista quebequense Lynda Lemay na França,
e tem uma casa em Montréal.
Em 1988, Charles Aznavour foi eleito "artista do
século" pela CNN e
pelos usuários da Time Online espalhados
pelo mundo. Aznavour foi reconhecido como notável performer do século com cerca
de 18% da votação total, desbancando Elvis Presley e Bob Dylan.
Após a morte de Frank Sinatra, Charles Aznavour é o último dos crooners tradicionais.
A lista de artistas que já cantaram Aznavour abrange de Fred Astaire a Bing Crosby,
de Ray Charles a Liza Minelli. Elvis
Costello gravou "She" para o filme Notting Hill.
O tenor Plácido Domingo é um grande amigo de
Aznavour e frequentemente canta seus hits, principalmente a versão de Aznavour
de Ave Maria, de 1994.
Ele mesmo compõe letra e música de suas canções, sempre
com muita sensibilidade e emoção. Uma de suas mais belas composições você ouve
no vídeo abaixo.
Trata-se de “Hier Encore” (Ainda Ontem), que permite uma
comparação com “My Way” de Frank Sinatra e com “Je Ne Regrette Rien” de Edith
Piaf.
“My Way” trata da vida como algo a ser domado, vencido,
vivido “à sua maneira”. Já Piaf fala que o passado já foi, que cometeu erros,
enganos, que tomou caminhos errados, mas que ao final tudo passou, que apenas o
presente é importante, e termina dizendo que “Meu Presente Começa Agora”.
Aznavour, por outro lado, simplesmente rememora a
juventude, com melancolia e saudade, reconhecendo que as certezas da juventude
nem sempre permanecem, que a idade traz maturidade.
A mim, entre essas três canções, a mais madura me parece
ser a de Charles Aznavour, que não afirma ter vivido da forma que quis, nem
como Piaf, que apesar da beleza inegável de sua canção, joga todo o passado no
lixo. Aznavour aceita e recebe o passado, e aprende com ele.
Veja a seguir a letra em francês, e depois a tradução
HIER ENCORE
J'avais vingt
ans
Je caressais
le temps
Et jouais de
la vie
Comme on joue
de l'amour
Et je vivais
la nuit
Sans compter
sur mes jours
Qui fuyaient
dans le temps
J'ai fait tant
de projets
Qui sont
restés en l'air
J'ai fondé
tant d'espoirs
Qui se sont
envolés
Que je reste
perdu
Ne sachant où
aller
Les yeux
cherchant le ciel
Mais le coeur
mis en terre
Hier encore
J'avais vingt
ans
Je gaspillais
le temps
En croyant
l'arrêter
Et pour le
retenir
Même le
devancer
Je n'ai fait
que courir
Et me suis
essoufflé
Ignorant le
passé
Conjuguant au
futur
Je précédais
de moi
Toute
conversation
Et donnais mon
avis
Que je voulais
le bon
Pour critiquer
le monde
Avec
désinvolture
Hier encore
J'avais vingt
ans
Mais j'ai
perdu mon temps
A faire des
folies
Qui ne me
laissent au fond
Rien de
vraiment précis
Que quelques
rides au front
Et la peur de
l'ennui
Car mes amours
sont mortes
Avant que
d'exister
Mes amis sont
partis
Et ne
reviendront pas
Par ma faute
j'ai fait
Le vide autour
de moi
Et j'ai gâché
ma vie
Et mes jeunes
années
Du meilleur et
du pire
En jetant le
meilleur
J'ai figé mes
sourires
Et j'ai glacé
mes pleurs
Où sont-ils à
présent
A présent mes
vingt ans?
Ainda Ontem
Ontem ainda , Eu tinha vinte
anos
Acariciava o tempo e
brincava de viver
Como se brinca de namorar
E vivia a noite
Sem considerar meus dias que
escorriam no tempo
Eu fiz tantos projetos que
ficaram no ar
Alimentei tantas esperanças
que bateram asas
Que permaneço perdido sem
saber aonde ir
Os olhos procurando o Céu
mas, o coração posto na Terra
Ontem ainda eu tinha vinte
anos
Desperdiçava o tempo
acreditando que o fazia parar
E para retê-lo, e até
ultrapassá-lo
Eu só fiz correr e me
esfalfar
Ignorando o passado,
conjugando o futuro
Eu precedia de mim qualquer
conversação
E opinava que eu queria o
melhor
Por criticar o mundo com
desenvoltura
Ontem ainda eu tinha vinte
anos
Mas perdi meu tempo a
cometer loucuras
Que não me deixa, no fundo
nada e realmente concreto
Além de algumas rugas na
fronte e o medo do tédio
Porque meus amores morreram
antes de existir
Meus amigos partiram e não
mais retornarão
Por minha culpa eu criei o
vazio em torno a mim
E gastei minha vida e meus
anos de juventude
Do melhor e do pior
descartando o melhor
Imobilizei meus sorrisos e
congelei meus choros
Onde estão agora, meus vinte
anos?
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