Um
dos mais interessantes livros de história real que já li chama-se
“Thunderstruck”, escrito por Erik Larson e ainda não traduzido em português. É
tudo real, mas parece um romance policial – e um dos dois principais
personagens é exatamente Guglielmo Marconi, o inventor do telégrafo sem fio.
O livro conta as histórias entrelaçadas de dois homens - Hawley Crippen, um assassino muito improvável, e Marconi, o criador obsessivo de um meio aparentemente sobrenatural de comunicação - cujas vidas se cruzam durante uma das maiores perseguições criminais de todos os tempos.
Situado na Londres dos anos 20, e nas
tormentosas costas da Cornualha, Cabo Cod nos Estados Unidos e Nova Escócia no
Canadá, Thunderstruck evoca o dinamismo daqueles anos em que grandes companhias
de navegação competiram para construir os maiores e mais rápidos
transatlânticos;
Os avanços científicos deslumbraram o público
com visões de um mundo transformado; e os ricos superavam-se mutuamente com
manifestações ostensivas de riqueza. Neste contexto, Marconi corria contra
incontáveis obstáculos e um ceticismo implacável para aperfeiçoar sua
invenção: o telegrafo sem fio, uma invenção fundamental para o surgimento do
mundo que conhecemos hoje. Enquanto isso, Crippen, "o mais gentil dos
homens", quase comete o assassinato perfeito.
Com suas habilidades narrativas incomparáveis,
Erik Larson nos guia através de uma perseguição de incansável suspense sobre as
águas do Atlântico Norte. Ao longo do caminho, ele fala de um caso de amor
triste e trágico que foi descrito nas primeiras páginas dos jornais de todo o
mundo, um inspetor-chefe que se encontrou estranhamente simpatizante do
assassino e sua amante e um inventor impulsionado e convincente que transformou
a maneira que nos comunicamos.
O livro descreve como uma mulher é assassinada
pelo marido, em Londres, e o cadáver escondido dentro de uma parede. O marido
informa a todos os amigos e parentes que ela viajou.
Mas um incansável Inspetor da Scotland Yard
continua as buscas e investigações, até descobrir a verdade. Só que a essa
altura, o assassino e sua amante já embarcaram em um navio a vapor e estão em
pleno Oceano Atlântico.
Ao mesmo tempo, vamos acompanhando os esforços
de Marconi para conseguir transmitir suas mensagens cada vez mais longe, usando
torres cada vez mais altas, e os capítulos vão se sucedendo, alternando entre a
história do crime e de sua investigação, e os esforços de Marconi.
Finalmente, ao descobrir tudo sobre o crime e
sobre o criminoso, a Scotland Yard tem de capturá-lo. Mas como, se ele está a
bordo de um transatlântico? Utilizam então a estação de Marconi para enviar um
aviso a todos os navios sobre a possibilidade de ter um assassino a bordo.
Agora
vou contar o final. Quando o navio chega ao primeiro porto na América, o
comandante do navio já identificou o criminoso, e a polícia o prende. Levado
para a Inglaterra, foi julgado e executado na forca em 23 de Novembro de 1910.
Saiba um pouco mais sobre Marconi e sua
invenção.
Guglielmo Marconi (Bolonha, 25 de abril de 1874 — Roma, 20 de julho de 1937) foi um físico e
inventor italiano.
Inventor do
primeiro sistema prático de telegrafia
sem fios (TSF), em 1896. Marconi se baseou em estudos
apresentados em 1897 por Nikola Tesla para
em 1899 realizar a primeira transmissão através do Canal da Mancha. A teoria de
que as ondas eletromagnéticas poderiam
propagar-se no espaço, formulada por James Clerk Maxwell, e comprovada pelas
experiências de Heinrich Hertz, em 1888, foi utilizada por
Marconi entre 1894 e 1895. Tinha apenas vinte anos, em 1894, quando transformou
o celeiro da casa onde morava em laboratório e estudou os princípios
elementares de uma transmissão radiotelegráfica, uma bateria para fornecer eletricidade,
uma bobina de indução para
aumentar a força, uma faísca elétrica emitida entre duas bolas de metal gerando
uma oscilação semelhante as estudadas por Heinrich Hertz, um Coesor,
como o inventado por Édouard
Branly, situado a alguns metros de distância, ao ser atingido pelas
ondas, acionava uma bateria e fazia uma campainha tocar.
Em 1896, foi para a Inglaterra,
depois de verificar que não havia nenhum interesse por suas experiências na
Itália. Em 1899, teve sucesso na transmissão sem fios do código Morse através
do Canal da Mancha. Dois anos mais tarde,
conseguiu que sinais radiotelegráficos (a letra S do código Morse) emitidos de
Inglaterra, fossem escutados claramente em St. John's (Terra Nova,
hoje parte do Canadá), atravessando o Atlântico Norte. A partir daí, fez muitas
descobertas básicas na técnica rádio.
Em 1909, 1700 pessoas são salvas de um
naufrágio graças ao sistema de radiotelegrafia de Marconi. Em 1912 a companhia
de Marconi já produzia aparelhos de rádio em larga escala, particularmente para
navios. Em 1915, durante e depois da Primeira Guerra Mundial assumiu
várias missões diplomáticas em nome da Itália e
em 1919 foi o delegado italiano na Conferência de Paz de Paris.
Em sua infância, passava muito tempo viajando
com a sua mãe Anna, que adorava a região do porto de Livorno,
na costa oeste da Itália, onde vivia sua irmã, dessas viagens a Livorno, surge o
amor de Marconi pelo mar. Em Livorno estava instalada uma academia da marinha
real italiana, a Regia Marina, Marconi tinha o incentivo do pai
(Giuseppe) para entrar na academia naval, mas não conseguiu, no entanto, seu
amor pelo mar o acompanhou durante toda a vida.
Em 1920, partiu para a sua primeira viagem no
"Elettra", um navio de 61 metros que comprou e equipou para ser seu
laboratório no estudo de ondas curtas e também seu lar. Além de sua família, as
cabines do Elettra recebiam visitantes ilustres, entre eles os reis da Itália,
da Espanha e Jorge V e a rainha Maria de Teck.
As festas no Elettra tornaram-se célebres pelas músicas transmitidas pelo rádio
diretamente de Londres.
A empresa de Marconi montou o
novo Imperial Wireless Scheme, destinado a montar estações de ondas curtas
em todo o território britânico. Em 1929, em reconhecimento por seu trabalho,
recebeu do rei Vítor Emanuel III da Itália o título
de marquês.
Em 12 de outubro de 1931 acendeu, apertando um botão em Roma, as luzes do Cristo
Redentor na noite de inauguração da estátua.
Em outubro de 1943, a Suprema Corte dos Estados Unidos considerou
ser falsa a reclamação de Marconi que afirmava nunca ter lido as patentes
de Nikola Tesla e determinou que não havia
nada no trabalho de Marconi que não tivesse sido anteriormente descoberto por
Tesla. Infelizmente, Tesla tinha morrido nove meses antes.
No entanto, muito embora Marconi não tenha
sido o inventor de nenhum dispositivo em particular (ao usar a bobina de Ruhmkorff e um faiscador, como antes
o haviam feito De Forest e Tesla na
emissão, repetiria Hertz, gerando as ondas hertzianas (Experimento de Hertz com um
"Ressoador de Hertz") e usou o rádio condutor-detector Coesor de Branly na
recepção, acrescentando a antena de Popov a ambos os casos) parece ser
possível afirmar que Marconi é, na verdade, o inventor da rádio, (na forma da
Radiotelegrafia e Radiotelefonia, Telefonia sem fio) visto que ninguém, antes
dele, tivera a ideia de usar as ondas hertzianas com os objetivos de forma
prática ou rotineira, de comunicação (exceto Landell de
Moura).
Lee de Forest o
havia feito, mas apenas para testar a sua válvula eletrônica.
Tendo seu valor reconhecido, Marconi foi
agraciado em 1909, recebendo juntamente com o alemão Karl Ferdinand Braun o Nobel de Física. Braun é o descobridor
dos semicondutores, dentre eles o sulfeto de chumbo
natural, um mineral conhecido como galena,
base do histórico rádio de galena.
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