quarta-feira, 3 de maio de 2017

Guglielmo Marconi, inventor do telégrafo sem fio

Um dos mais interessantes livros de história real que já li chama-se “Thunderstruck”, escrito por Erik Larson e ainda não traduzido em português. É tudo real, mas parece um romance policial – e um dos dois principais personagens é exatamente Guglielmo Marconi, o inventor do telégrafo sem fio.

O livro conta as histórias entrelaçadas de dois homens - Hawley Crippen, um assassino muito improvável, e Marconi, o criador obsessivo de um meio aparentemente sobrenatural de comunicação - cujas vidas se cruzam durante uma das maiores perseguições criminais de todos os tempos.
 Situado na Londres dos anos 20, e nas tormentosas costas da Cornualha, Cabo Cod nos Estados Unidos e Nova Escócia no Canadá, Thunderstruck evoca o dinamismo daqueles anos em que grandes companhias de navegação competiram para construir os maiores e mais rápidos transatlânticos;

 Os avanços científicos deslumbraram o público com visões de um mundo transformado; e os ricos superavam-se mutuamente com manifestações ostensivas de riqueza. Neste contexto, Marconi corria contra incontáveis ​​obstáculos e um ceticismo implacável para aperfeiçoar sua invenção: o telegrafo sem fio, uma invenção fundamental para o surgimento do mundo que conhecemos hoje. Enquanto isso, Crippen, "o mais gentil dos homens", quase comete o assassinato perfeito.

 Com suas habilidades narrativas incomparáveis, Erik Larson nos guia através de uma perseguição de incansável suspense sobre as águas do Atlântico Norte. Ao longo do caminho, ele fala de um caso de amor triste e trágico que foi descrito nas primeiras páginas dos jornais de todo o mundo, um inspetor-chefe que se encontrou estranhamente simpatizante do assassino e sua amante e um inventor impulsionado e convincente que transformou a maneira que nos comunicamos.

 O livro descreve como uma mulher é assassinada pelo marido, em Londres, e o cadáver escondido dentro de uma parede. O marido informa a todos os amigos e parentes que ela viajou.
 Mas um incansável Inspetor da Scotland Yard continua as buscas e investigações, até descobrir a verdade. Só que a essa altura, o assassino e sua amante já embarcaram em um navio a vapor e estão em pleno Oceano Atlântico.

 Ao mesmo tempo, vamos acompanhando os esforços de Marconi para conseguir transmitir suas mensagens cada vez mais longe, usando torres cada vez mais altas, e os capítulos vão se sucedendo, alternando entre a história do crime e de sua investigação, e os esforços de Marconi.
 Finalmente, ao descobrir tudo sobre o crime e sobre o criminoso, a Scotland Yard tem de capturá-lo. Mas como, se ele está a bordo de um transatlântico? Utilizam então a estação de Marconi para enviar um aviso a todos os navios sobre a possibilidade de ter um assassino a bordo.
Agora vou contar o final. Quando o navio chega ao primeiro porto na América, o comandante do navio já identificou o criminoso, e a polícia o prende. Levado para a Inglaterra, foi julgado e executado na forca em 23 de Novembro de 1910.

 Saiba um pouco mais sobre Marconi e sua invenção.

 Guglielmo Marconi (Bolonha25 de abril de 1874 — Roma20 de julho de 1937) foi um físico e inventor italiano.
 Inventor do primeiro sistema prático de telegrafia sem fios (TSF), em 1896. Marconi se baseou em estudos apresentados em 1897 por Nikola Tesla para em 1899 realizar a primeira transmissão através do Canal da Mancha. A teoria de que as ondas eletromagnéticas poderiam propagar-se no espaço, formulada por James Clerk Maxwell, e comprovada pelas experiências de Heinrich Hertz, em 1888, foi utilizada por Marconi entre 1894 e 1895. Tinha apenas vinte anos, em 1894, quando transformou o celeiro da casa onde morava em laboratório e estudou os princípios elementares de uma transmissão radiotelegráfica, uma bateria para fornecer eletricidade, uma bobina de indução para aumentar a força, uma faísca elétrica emitida entre duas bolas de metal gerando uma oscilação semelhante as estudadas por Heinrich Hertz, um Coesor, como o inventado por Édouard Branly, situado a alguns metros de distância, ao ser atingido pelas ondas, acionava uma bateria e fazia uma campainha tocar.

 Em 1896, foi para a Inglaterra, depois de verificar que não havia nenhum interesse por suas experiências na Itália. Em 1899, teve sucesso na transmissão sem fios do código Morse através do Canal da Mancha. Dois anos mais tarde, conseguiu que sinais radiotelegráficos (a letra S do código Morse) emitidos de Inglaterra, fossem escutados claramente em St. John's (Terra Nova, hoje parte do Canadá), atravessando o Atlântico Norte. A partir daí, fez muitas descobertas básicas na técnica rádio.

 Em 1909, 1700 pessoas são salvas de um naufrágio graças ao sistema de radiotelegrafia de Marconi. Em 1912 a companhia de Marconi já produzia aparelhos de rádio em larga escala, particularmente para navios. Em 1915, durante e depois da Primeira Guerra Mundial assumiu várias missões diplomáticas em nome da Itália e em 1919 foi o delegado italiano na Conferência de Paz de Paris.
 Em sua infância, passava muito tempo viajando com a sua mãe Anna, que adorava a região do porto de Livorno, na costa oeste da Itália, onde vivia sua irmã, dessas viagens a Livorno, surge o amor de Marconi pelo mar. Em Livorno estava instalada uma academia da marinha real italiana, a Regia Marina, Marconi tinha o incentivo do pai (Giuseppe) para entrar na academia naval, mas não conseguiu, no entanto, seu amor pelo mar o acompanhou durante toda a vida.

 Em 1920, partiu para a sua primeira viagem no "Elettra", um navio de 61 metros que comprou e equipou para ser seu laboratório no estudo de ondas curtas e também seu lar. Além de sua família, as cabines do Elettra recebiam visitantes ilustres, entre eles os reis da Itália, da Espanha e Jorge V e a rainha Maria de Teck. As festas no Elettra tornaram-se célebres pelas músicas transmitidas pelo rádio diretamente de Londres.
 A empresa de Marconi montou o novo Imperial Wireless Scheme, destinado a montar estações de ondas curtas em todo o território britânico. Em 1929, em reconhecimento por seu trabalho, recebeu do rei Vítor Emanuel III da Itália o título de marquês. Em 12 de outubro de 1931 acendeu, apertando um botão em Roma, as luzes do Cristo Redentor na noite de inauguração da estátua.

 Em outubro de 1943, a Suprema Corte dos Estados Unidos considerou ser falsa a reclamação de Marconi que afirmava nunca ter lido as patentes de Nikola Tesla e determinou que não havia nada no trabalho de Marconi que não tivesse sido anteriormente descoberto por Tesla. Infelizmente, Tesla tinha morrido nove meses antes.

 No entanto, muito embora Marconi não tenha sido o inventor de nenhum dispositivo em particular (ao usar a bobina de Ruhmkorff e um faiscador, como antes o haviam feito De Forest e Tesla na emissão, repetiria Hertz, gerando as ondas hertzianas (Experimento de Hertz com um "Ressoador de Hertz") e usou o rádio condutor-detector Coesor de Branly na recepção, acrescentando a antena de Popov a ambos os casos) parece ser possível afirmar que Marconi é, na verdade, o inventor da rádio, (na forma da Radiotelegrafia e Radiotelefonia, Telefonia sem fio) visto que ninguém, antes dele, tivera a ideia de usar as ondas hertzianas com os objetivos de forma prática ou rotineira, de comunicação (exceto Landell de Moura).
 Lee de Forest o havia feito, mas apenas para testar a sua válvula eletrônica.

 Tendo seu valor reconhecido, Marconi foi agraciado em 1909, recebendo juntamente com o alemão Karl Ferdinand Braun o Nobel de Física. Braun é o descobridor dos semicondutores, dentre eles o sulfeto de chumbo natural, um mineral conhecido como galena, base do histórico rádio de galena.


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