Essa linda composição de Charles Aznavour remete à
ópera “La Bohéme” de Puccini, que se passa em Paris, no atelier de um pintor
jovem e pobre, apaixonado por uma jovem também linda e pobre, mas que tentam
aproveitar sua juventude apesar das dificuldades. Vale a pena ouvir a ária mais
linda da ópera “A Valsa de Musette” em que a personagem Musette, jovem e bela,
conta como os homens a admiram e a desejam ao vê-la. A soprano Ana Netrebko é
quem canta.
Abaixo a letra da canção de Aznavour e a tradução
La Bohème
Je
vous parle d'un temps
Que les moins de vingt ans
Ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là
Accrochait ses lilas
Jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni
Qui nous servait de nid
Ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criait famine
Et toi qui posais nue
Que les moins de vingt ans
Ne peuvent pas connaître
Montmartre en ce temps-là
Accrochait ses lilas
Jusque sous nos fenêtres
Et si l'humble garni
Qui nous servait de nid
Ne payait pas de mine
C'est là qu'on s'est connu
Moi qui criait famine
Et toi qui posais nue
La
bohème, la bohème
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, la bohème
Nous ne mangions qu'un jour sur deux
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, la bohème
Nous ne mangions qu'un jour sur deux
Dans
les cafés voisins
Nous étions quelques-uns
Qui attendions la gloire
Et bien que miséreux
Avec le ventre creux
Nous ne cessions d'y croire
Et quand quelque bistro
Contre un bon repas chaud
Nous prenait une toile
Nous récitions des vers
Groupés autour du poêle
En oubliant l'hiver
Nous étions quelques-uns
Qui attendions la gloire
Et bien que miséreux
Avec le ventre creux
Nous ne cessions d'y croire
Et quand quelque bistro
Contre un bon repas chaud
Nous prenait une toile
Nous récitions des vers
Groupés autour du poêle
En oubliant l'hiver
La
bohème, la bohème
Ça voulait dire tu es jolie
La bohème, la bohème
Et nous avions tous du génie
Ça voulait dire tu es jolie
La bohème, la bohème
Et nous avions tous du génie
Souvent
il m'arrivait
Devant mon chevalet
De passer des nuits blanches
Retouchant le dessin
De la ligne d'un sein
Du galbe d'une hanche
Et ce n'est qu'au matin
Qu'on s'assayait enfin
Devant un café-crème
Epuisés mais ravis
Fallait-il que l'on s'aime
Et qu'on aime la vie
Devant mon chevalet
De passer des nuits blanches
Retouchant le dessin
De la ligne d'un sein
Du galbe d'une hanche
Et ce n'est qu'au matin
Qu'on s'assayait enfin
Devant un café-crème
Epuisés mais ravis
Fallait-il que l'on s'aime
Et qu'on aime la vie
La
bohème, la bohème
Ça voulait dire on a vingt ans
La bohème, la bohème
Et nous vivions de l'air du temps
Ça voulait dire on a vingt ans
La bohème, la bohème
Et nous vivions de l'air du temps
Quand
au hasard des jours
Je m'en vais faire un tour
A mon ancienne adresse
Je ne reconnais plus
Ni les murs, ni les rues
Qui ont vu ma jeunesse
En haut d'un escalier
Je cherche l'atelier
Dont plus rien ne subsiste
Dans son nouveau décor
Montmartre semble triste
Et les lilas sont morts
Je m'en vais faire un tour
A mon ancienne adresse
Je ne reconnais plus
Ni les murs, ni les rues
Qui ont vu ma jeunesse
En haut d'un escalier
Je cherche l'atelier
Dont plus rien ne subsiste
Dans son nouveau décor
Montmartre semble triste
Et les lilas sont morts
La
bohème, la bohème
On était jeunes, on était fous
La bohème, la bohème
Ça ne veut plus rien dire du tout
On était jeunes, on était fous
La bohème, la bohème
Ça ne veut plus rien dire du tout
TRADUÇÃO
A Boêmia
Eu lhes falo de um tempo
Que os menores de vinte anos
Não podem saber
Montmartre naquele tempo
Colocava seus lilás
Até sob nossas janelas
E se o humilde quarto mobiliado
Que nos serviu de ninho
Não tinha um boa cara
Foi lá que a gente se conheceu
Eu que chorava miséria
E você que posava nua
Que os menores de vinte anos
Não podem saber
Montmartre naquele tempo
Colocava seus lilás
Até sob nossas janelas
E se o humilde quarto mobiliado
Que nos serviu de ninho
Não tinha um boa cara
Foi lá que a gente se conheceu
Eu que chorava miséria
E você que posava nua
A boêmia, a boêmia
Isso queria dizer: nós somos felizes
A boêmia, a boêmia
Nós só comíamos um dia em dois
Isso queria dizer: nós somos felizes
A boêmia, a boêmia
Nós só comíamos um dia em dois
Nos cafés vizinhos
Nós éramos alguns
Que esperávamos a glória
E apesar da miséria
Com o estômago oco
Nós não deixamos de crer na glória
E quando, em alguma taverna
Com uma boa comida quente
Nós pegávamos uma tela
Nós recitávamos versos
Juntos ao redor do aquecedor
Esquecendo do inverno
Nós éramos alguns
Que esperávamos a glória
E apesar da miséria
Com o estômago oco
Nós não deixamos de crer na glória
E quando, em alguma taverna
Com uma boa comida quente
Nós pegávamos uma tela
Nós recitávamos versos
Juntos ao redor do aquecedor
Esquecendo do inverno
A boêmia, a boêmia
Isso queria dizer: você é bonita
A boêmia, a boêmia
E nós tínhamos idéas geniais
Isso queria dizer: você é bonita
A boêmia, a boêmia
E nós tínhamos idéas geniais
Frequentemente me acontecia
Diante do meu cavalete
Passar noites brancas
Retocando o desenho
Da linha de um seio
Da curva de um quadril
E isto só pela manhã
A gente se sentava finalmente
Antes de um café com creme
Esgotados mas deliciados
Era preciso que a gente se amasse
E que amasse a vida
Diante do meu cavalete
Passar noites brancas
Retocando o desenho
Da linha de um seio
Da curva de um quadril
E isto só pela manhã
A gente se sentava finalmente
Antes de um café com creme
Esgotados mas deliciados
Era preciso que a gente se amasse
E que amasse a vida
A boêmia, a boêmia
Isso queria dizer: nós temos vinte anos
A boêmia, a boêmia
E nós vivíamos do ar do tempo
Isso queria dizer: nós temos vinte anos
A boêmia, a boêmia
E nós vivíamos do ar do tempo
Qualquer dia desses
Eu farei um passeio
Ao meu antigo endereço
Eu não o reconheço mais
Nem as paredes, nem as ruas
Que viram minha juventude
E do alto de um escadaria
Eu procuro o atelier
Que não existe mais
Em sua nova decoração
Montmartre parece triste
E os lilás morreram
Eu farei um passeio
Ao meu antigo endereço
Eu não o reconheço mais
Nem as paredes, nem as ruas
Que viram minha juventude
E do alto de um escadaria
Eu procuro o atelier
Que não existe mais
Em sua nova decoração
Montmartre parece triste
E os lilás morreram
A boêmia, a boêmia
Nós éramos jovens, éramos loucos
A boêmia, a boêmia
Isso não quer dizer absolutamente nada
Nós éramos jovens, éramos loucos
A boêmia, a boêmia
Isso não quer dizer absolutamente nada
Charles Aznavour (Paris, 22 de maio de 1924) é um cantor francês de
origem armênia, também letrista e ator.
Além de ser um dos mais populares e longevos cantores da França,
ele é também um dos cantores franceses mais conhecidos no exterior. Ele atuou
em mais de 60 filmes, compôs cerca de 850 canções (incluindo 150 em inglês,
100 em italiano, 70 em espanhol e 50 em alemão)
e já vendeu bem mais que 100 milhões de discos. Aznavour começou sua turnê
global de despedida no fim de 2006. Após obter a cidadania armênia em
dezembro de 2008, Aznavour aceita em 12 de fevereiro de 2009 se tornar
embaixador da Armênia na Suíça. O
anúncio oficial dessa nominação foi feito em 6 de maio de 2009.
Carreira
cinematográfica
Aznavour teve uma longa e variada carreira paralela como ator, aparecendo em mais
de 60 filmes. Em 1960,
Aznavour estrelou Atirem no Pianista, de François Truffaut, no papel do personagem
Édouard Saroyan. Também teve uma performance aclamada em 1974, no filme O Caso dos
Dez Negrinhos, e teve um importante papel de coadjuvante no
filme O Tambor, de 1979, vencedor do Academy Award de
melhor filme em língua estrangeira em 1980. Em 2002 estrelou o
filme Ararat, interpretando
Edward Saroyan, um cineasta.
Aznavour nasceu Shahnour Vaghinagh Aznavourian (em armênio: Շահնուր Վաղինակ Ազնավուրյան), filho
dos imigrantes armênios Michael e Knar Aznavourian. Seus pais, que eram
artistas, o introduziram ao mundo do teatro em
tenra idade.
Ele começou a atuar aos nove anos de idade e logo assumiu o nome artístico
Charles Aznavour. Seu grande estouro aconteceu quando a cantora Édith Piaf o
ouviu cantar e o levou consigo numa turnê pela França e
pelos Estados Unidos.
Frequentemente descrito como o Frank Sinatra da
França, Aznavour canta principalmente o amor. Ele escreveu musicais e mais de
mil canções, gravou mais de 100 álbuns e apareceu em 60 filmes, incluindo Atirem no Pianista e O Tambor.
Aznavour canta em muitas línguas (francês, inglês, italiano, espanhol, alemão, russo, armênio e português), o que o ajudou a se apresentar
no Carnegie Hall e noutras casas de
espetáculos mundo afora. Ele gravou pelo menos uma canção do poeta Sayat Nova, do século XVIII,
em armênio. "Que c'est triste
Venise", cantada em francês, em italiano ("Com'è triste
Venezia"), espanhol ("Venecia sin tí"), inglês ("How
sad Venice can be", "The Old-Fashioned Way") e
alemão ("Venedig im Grau") estão entre as mais famosas canções
poliglotas de Aznavour. Nos anos 1970,
Aznavour tornou-se um grande sucesso no Reino Unido,
onde sua canção "She" saltou para o número um nas paradas de
sucessos.
Admirador do Quebeque, ele tem ajudado a carreira da cantora e letrista
quebequense Lynda Lemay na França,
e tem uma casa em Montréal.
Desde o terremoto de 1988, na Armênia, Aznavour
tem ajudado o país através de sua obra de caridade: a Fondation
Aznavour Pour L'Arménie ("Fundação Aznavour para a
Armênia"). Há uma praça com seu nome na cidade de Erevan,
na rua Abovian. Aznavour é membro da Câmara Internacional do Fundo de Curadores
da Armênia. A organização tem arrecado mais de 150 milhões de dólares em ajuda
humanitária e assistência de desenvolvimento de infraestrutura para a Armênia
desde 1992.
Charles Aznavour foi nomeado como "Officier" (Oficial)
da Légion d'Honneur em 1997.
Em 1988, Charles Aznavour foi eleito "artista do século"
pela CNN e
pelos usuários da Time Online espalhados
pelo mundo. Aznavour foi reconhecido como notável performer do século com cerca
de 18% da votação total, desbancando Elvis Presley e Bob Dylan.
Após a morte de Frank Sinatra, Charles Aznavour é o último
dos crooners tradicionais.
A lista de artistas que já cantaram Aznavour abrange de Fred Astaire a Bing Crosby,
de Ray Charles a Liza Minelli. Elvis
Costello gravou "She" para o filme Notting Hill.
O tenor Plácido Domingo é um grande amigo de
Aznavour e frequentemente canta seus hits, principalmente a versão de Aznavour
de Ave Maria, de 1994.
No início do outono de 2006, Aznavour iniciou sua turnê de
despedida, apresentando-se nos Estados Unidos e no Canadá, deixando ótimas
lembranças. Em 2007, Aznavour fez concertos no Japão e
no resto da Ásia.
Com mais de oitenta anos de idade, Aznavour demonstra excelente saúde. Ele
ainda canta em várias línguas e sem teleprompters, mas tipicamente canta apenas
em duas ou três - francês e inglês são as duas primárias - espanhol e italiano
em terceiro lugar, durante a maioria dos concertos. Em 30 de setembro de 2006,
Aznavour apresentou-se num grande concerto em Erevan,
capital da Armênia, como estreia da série "Armênia, minha amiga" na
França. O presidente armênio Robert
Kocharian e o presidente francês Jacques
Chirac, à época em visita oficial à Armênia, estavam na primeira
fila.
Curiosidades
·
Aznavour
sempre foi consciente de sua baixa estatura — 1,60 m. No entanto ele
desenvolveu uma tremenda presença de palco e comando.
·
A
alcunha de Aznavour é Charles Aznavoice (Aznavoz), usado tanto
por críticos quanto afetivamente por alguns fãs.
·
Seu
nome serviu de inspiração para o personagem Char Aznable da
mais importante série de ficção científica japonesa, Mobile Suit Gundam. No Japão,
é um dos personagens de anime mais cultuados da história.
·
Charles
participou de um episódio da primeira temporada do The Muppet
Show.
Prêmios
e reconhecimentos
·
1971 - Golden Lion
Award honorário no Festival de Cinema de Veneza para a versão italiana da
música Mourir d'aimer;
·
1995 - Grande Medalha
da Academia Francesa;
·
1996 - Aznavour foi
elencado no Hall da Fama dos Letristas;
·
1997 - Aznavour foi
premiado com o César honorário;
·
1997 - Francês
Victoire prêmio de artista masculino do ano;
·
1997 - Honorary Award
César;
·
2004 - Herói Nacional
da Armênia;
·
2006 - prêmio
honorário em 30 Cairo Film Festival;
·
2009 - Grigor
Lusavorich, prêmio de República de Nagorno-Karabakh;
·
2010 - fim de Honra
"pelo excelente contributo para o reforço dos laços culturais entre
a Rússia e
a França".
Charles
Aznavour no Brasil
O cantor veio ao Brasil em abril de 2008 com a sua turnê
de despedida, e mostrou, apesar da idade, que está em grande forma. Suas
apresentações foram marcadas pela presença de pessoas ilustres, como a
atriz Bibi Ferreira. Os críticos dos principais
jornais, bem como os famosos presentes, fizeram efusivos elogios ao cantor
cujas apresentações foram intensamente aplaudidas. Aznavour passou por seis
capitais brasileiras: São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Porto Alegre. Em
setembro de 2008 o cantor voltou ao Brasil, por ter tido uma receptividade
muito boa em abril de 2008 e fez mais sete shows nas capitais: Fortaleza, Goiânia, Recife, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba. Mostrando
disposição para mais uma maratona de shows apesar da idade avançada. Em maio de
2013 o cantor volta ao Brasil, onde faz apresentações no Rio de Janeiro, São
Paulo, Porto Alegre e Recife. Em
março de 2017, Aznavour faz shows em São Paulo e Rio de Janeiro para casas
completamente cheias, mostrando a vitalidade de sempre apesar da longevidade,
que não parece ser-lhe grande incômodo.
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