A Batalha de Monte Cassino (também
conhecida como a Batalha de Roma ou Batalha de Cassino)
foi uma série de quatro duras batalhas durante a Segunda Guerra Mundial, travadas pelos
Aliados e Alemães com a intenção de romper a Linha de Inverno e conquistar Roma.
No início de 1944, a metade ocidental da Linha de
inverno também conhecia como Linha Gustav estava
ancorada pelos alemães segurando os Vales do Rapido, Liri e Garigliano e alguns
picos circunvizinhos. Os alemães não haviam ocupado a colina histórica da
Abadia de Monte Cassino, fundada em 524 por Bento de Núrsia, que dominava a cidade de
Cassino e as entradas do Liri e Vales do Rapido, embora houvessem aberto
posições defensivas nas encostas íngremes abaixo das muralhas da abadia.
Em 15 de Fevereiro, o mosteiro, no alto de um pico com
vista para a cidade de Cassino, foi destruído por 1.400 toneladas de bombas
lançadas pelos bombardeiros americanos.
O bombardeio foi baseado no temor de que a Abadia estava
sendo usada como posto controle e observação pelos defensores Alemães.
Na realidade, segundo os peritos em história militar,
foram duas batalhas pelo controle do mosteiro, alcantilado
no topo de um monte, dominando uma planície, no caminho para Roma, para as
tropas vindas do sul. O desenrolar voraz das acções de guerra, contudo,
aglutinou aquelas duas fases numa só batalha.
Os alemães, conhecendo o valor estratégico do monte,
tomam-no durante a Segunda Guerra Mundial e ali aquartelam três divisões de
infantaria e duas blindadas da Wehrmacht.
Os Aliados pretendiam,
no seu avanço a partir do Sul de Itália em 1943, atingir Roma. Porém,
"tropeçam" em Monte Cassino.
Empenham, neste ataque ao objectivo alemão, o Corpo
Expedicionário Francês Livre (que enfileirava também duas
divisões magrebinas, uma marroquina e outra argelina), o II Corpo de Exército
dos EUA,
com duas divisões de infantaria, e o X Corpo de Exército Britânico, com três divisões. Atacam
de norte para sul e atingem alguns objectivos estratégicos alemães, bem como
alguns sectores operacionais de apoio ao controlo do monte. Algumas colinas,
rios e povoados a nordeste e a leste da montanha fortificada são tomados,
sempre com encarniçados combates, destruindo-se também pistas de aviação e
armazéns logísticos dos alemães.
Os alemães, todavia, resistem, contra-atacando atingindo
duramente os Aliados. As baixas aumentam dia a dia. As operações das divisões Panzer nazis
causarão "matanças" desastrosas em algumas divisões aliadas. Os
norte-americanos conhecem reveses sérios. Os britânicos aguentam-se e as tropas
ao serviço do General francês Juin conhecem alguns êxitos.
O ataque aliado continua, porém, imparável. A situação,
em fins de Janeiro, estava "empatada", embora os Aliados ganhassem
aqui e ali alguns pontos fortes de defesa alemã, cuja artilharia,
nesta altura, causava danos sérios nos ocidentais, principalmente na divisão
texana dos EUA.A 30 de Janeiro,
os alemães repelem um ataque pelo flanco sul de Monte Cassino. Atacam na
vertente norte os Aliados e retomam posições. Os reforços alemães ainda vão
chegando, através de pontos de apoio em seu poder a oeste do monte. A 10 de
Fevereiro, por exemplo, estes reforços permitem-lhes reter ataques
ao mosteiro, fustigado pela artilharia e bombardeamentos aéreos aliados,
reconquistando sectores em seu torno.
Entretanto, a cidade de Cassino, na planície, era já dos
Aliados. A neve, entretanto, começa a cair em força, emperrando as operações;
os Aliados atacam vários pontos, inclusive o mosteiro. Nos montes vizinhos, os
combates prosseguem: os Aliados pretendem capturar pontos elevados para
bombardear o mosteiro. Os contra-ataques alemães começam a ser menos
vitoriosos.
A 14 de
Fevereiro, a Quarta Divisão Indiana do Exército Britânico tenta o
ataque ao mosteiro, mas é travada por nevões fortíssimos. Bombardeamentos
aliados sucedem-se contra o mosteiro, onde os alemães resistem, abnegadamente,
diga-se, entre as ruínas: a defesa do mosteiro era imperativa, pois tratava-se
do ponto forte da defesa oriental da Wehrmacht face a Roma. Repelem e resistem
a ataques ao monte.
As 22:00 do dia 15 de Fevereiro o Subtenente Alemão
Daimer, teria declarado aos abades já estarem em curso negociações com os
americanos a fim de que os sobreviventes do mosteiro pudessem ser levados a um
lugar seguro. Estas negociações todavia jamais se realizariam. Mas o Marechal
Kesselring deu ordem de salvar os ocupantes do mosteiro e levar o Abade e os
monges para Roma.
A final da conversa com o Abade o Subtenente Daimer
perguntou-lhe se podia atestar, por escrito, que não havia nenhum soldado
alemão dentro do mosteiro, antes do ataque aéreo. Com toda sua solicitude o
Arquiabade Diamere assinou sobre o altar da Piedade, a seguinte declaração
redigida em italiano: …"Certifico que entre os muros do sagrado
Mosteiro de Montecassino nunca houve soldados alemães; que, durante certo
período, só estiveram de vigia três soldados da polícia militar, com o único
propósito de fazer respeitar a zona de neutralidade estabelecida em redor do
Convento, porém já se retiraram há mais de vinte dias…" - SubTenente Daiber,
Gregório Diamare, Bispo-abade de Montecassino. Monte Cassino, 15 de fevereiro
de 1944.
A espererança de um armistício e de uma ação de
salvamento do mosteiro fizeram com que o Abade e seus monges permanecessem nas
ruínas até a manhã de 17 de Fevereiro.
A 17 de
Fevereiro, porém, os Gurkhas da
Quarta Divisão Indiana dos Britânicos atacam pela terceira e última vez o
mosteiro, conseguindo, finalmente, vencer a resistência alemã, abrindo caminho
ao avanço das restantes unidades aliadas. Depois de milhares de mortos e
feridos e da destruição de um dos pilares do mundo cristão ocidental, os
Aliados tinham Roma no "horizonte" e o Centro de Itália na mira.
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