Joseph Maurice Ravel (Ciboure, 7 de março de 1875 - Paris, 28 de dezembro de 1937) foi um compositor e pianista francês, conhecido sobretudo pela sutileza das suas melodias instrumentais e orquestrais, entre elas, o Bolero, que considerava trivial e descreveu como "uma peça para orquestra sem música".
Começou
a manifestar interesse pela música aos 7 anos. Desde então dedicou-se ao estudo
do piano, mas só começou a frequentar o Conservatório de Paris aos 14.
Posteriormente, em 1895, passou a estudar só e retornou ao Conservatório em
1898, quando estudou composição com Gabriel Fauré.
Concorreu no Prix de Rome, mas não foi bem sucedido.
Foi
influenciado significativamente por Claude
Debussy, mas também por compositores anteriores, como Mozart, Liszt e Strauss,
mas logo encontrou seu próprio estilo, que ficou, porém, marcado pelo Impressionismo.
É
mundialmente conhecido pelo seu Bolero,
ainda hoje a obra musical francesa mais tocada no mundo. A composição foi
encomendada pela bailarina Ida
Rubinstein e estreou na Ópera de
Paris em 1928.
Faleceu
das consequências de uma doença cerebral orgânica, PiD,
agravada por um acidente de táxi ocorrido
em 1932. Durante o período que precedeu a sua morte, havia perdido
parte da sua capacidade de compor devido às lesões cerebrais causadas pelo
acidente. A sua inteligência sempre se manteve intacta mas o seu corpo já não
respondia adequadamente, por causa de graves problemas motores.
Em
1875, a Terceira República Francesa de Patrice
Mac-Mahon se curava das feridas causadas pela derrota na Guerra Franco-Prussiana. Contudo,
respirava um ressurgimento espiritual, a França seria testemunha de um período
bastante fecundo na Arte. Quatro dias após a fria estreia de Carmen de Bizet,
nasceu Ravel, em 7 de março, na casa número 12 do Quai de la Nivelle,
em Ciboure (Ziburu em basco), comuna dos Pirineus Atlânticos, parte do País Basco francês. Seu pai, Joseph Ravel
(1832-1908), era um renomado engenheiro
civil, de ascendência suíça e Saboia (Ravez).
Sua mãe, Marie Delouart-Ravel (1840-1917), era de origem basca, descendente de
uma antiga família espanhola (Deluarte ou Eluarte).
Teve um irmão, Édouard Ravel (1878-1960), com quem manteve em toda sua vida uma
forte relação afetiva. Poucos meses depois, em junho de 1875, a família Ravel
se mudou para Paris.
As afirmações insistentes de que a influência da Espanha sobre o imaginário
musical de Maurice Ravel está vinculada a suas origens bascas são, então,
exageradas, ainda mais porque o músico não retornou ao País Basco antes dos 25
anos. Entretanto, mais tarde regressaria regularmente para residir em Saint-Jean-de-Luz,
para passar as férias ou trabalhar.
A
infância de Ravel foi feliz. Seus pais, atentos e cultos, frequentaram o meio
artístico, fomentando os primeiros passos de seu filho que tão logo se revelou
um talento musical excepcional. Começou os estudos de piano aos seis anos,
sob a guia de Henry Ghys. Criança ajuizada, ainda que também caprichoso e
teimoso, logo demonstrou seu talento natural para a música, ainda que, para
desespero de seus pais e professores, reconheceu mais tarde ter adicionado aos
seus numerosos talentos «a mais extrema preguiça.» De fato, no
início seu pai, para obrigá-lo a praticar o piano, tinha que lhe prometer
pequenas gorjetas. Em 1887 recebeu precocemente aulas de Charles René (harmonia, contraponto e composição). O clima artístico e musical
prodigiosamente fértil de Paris do fim do século XIX não podia, senão,
estimular o desenvolvimento do jovem.
“
|
Toda criança é sensível
à música - a todo tipo de música. Meu pai, muito mais culto nesta arte que a
maioria dos aficionados, soube desenvolver meus gostos e estimular
precocemente minha paixão.
|
”
|
Ao
ingressar no Conservatório de Paris em 1889, Ravel
foi aluno de Charles de Bériot. Ali
conheceu o pianista espanhol Ricardo Viñes, que acabou
sendo um grande amigo e o intérprete escolhido para suas melhores obras. Os
dois participariam do grupo conhecido como Les Apaches que casou
agitação na estreia de Pelléas et Mélisande de Claude
Debussy, em 1902. Impressionado com a música do Extremo
Oriente na Exposição Universal de 1889, entusiasmado
com a dos rebeldes Emmanuel
Chabrier e Erik Satie,
admirador de Mozart, Saint-Saëns e
Debussy, influenciado pela leitura de Baudelaire, Edgar Poe, Condillac, Villiers de L’Isle-Adam e,
sobretudo, de Stéphane Mallarmé, Ravel manifestou
precocemente um caráter firme e um espírito musical muito independente. Suas
primeiras composições provavam que eram já demonstrações de uma personalidade e
uma maestria tal que seu estilo só evoluiria com o tempo: Ballade de la
reine morte d’aimer (Balada da rainha morta de amor, 1894), Sérénade
grotesque (Serenata grotesca, 1894), Menuet antique (1895), Habanera (1895
- para dois pianos).
Em
1897, Ravel entrou para a classe de contraponto de André Gedalge. Nesse mesmo
ano, Gabriel Fauré foi também seu professor.
Este julgou o compositor benevolente e o saudou como «muito bom aluno,
laborioso e pontual» e sua «sinceridade que desarma». Ao
final de seus estudos compôs a Abertura para Shéhérazade (cuja
estreia ocorreu em maio de 1899 entre os assobios do público) e a famosa Pavane pour une infante défunte (Pavana
para uma infanta defunta) de título curioso, que continua sendo sua obra
pianística mais tocada pelos melômanos aficionados, ainda que seu autor não a
tivesse em muita estima.
Sepultado
no Cemitério de Levallois-Perret.
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