segunda-feira, 1 de maio de 2017

A REBELIÃO DOS "BOXER" NA CHINA

Na China, os rebeldes do movimento Boxer, cujo nome completo significava “Punhos Harmoniosos e Justos”, desafiavam o governo imperial chinês, atacando estrangeiros e missionários cristãos sempre que podiam. Em maio de 1900, eles marcharam em direção a Pequim com o lema “Morte e destruição ao estrangeiro e a toda a sua obra”. No último dia daquele mês, uma força internacional de 365 fuzileiros navais chegou a Pequim, com tropas dos Estados Unidos, do Reino Unido, da Rússia, da Itália, da França e do Japão. Duas semanas depois, os Boxers entraram na cidade, destruindo a maior parte dos prédios estrangeiros e muitos que não estavam na área de proteção das legações estrangeiras. A igreja católica da cidade foi completamente queimada, e os cristãos chineses que ali viviam foram massacrados. Os austríacos, em suas legações, conseguiram resgatar uma cristã chinesa que estava sendo queimada perto do muro. Depois de o terceiro-secretário da legação japonesa ser atacado e morto, o Japão anunciou que não poderia ter “nenhuma comunicação com a China – exceto a guerra”.
Os estrangeiros que conseguiram chegar à segurança de suas respectivas legações foram protegidos pelos fuzileiros navais, e uma força naval internacional estava a caminho. No dia 28 de julho, o kaiser alemão Guilherme II estava presente no porto do mar do Norte de Bremerhaven quando 4 mil soldados alemães partiram para a China. Desejando-lhes boa sorte, ele declarou: “Quando encontrarem o inimigo, derrotem-no. Não haverá tréguas, e não serão feitos prisioneiros. Que todos aqueles que caírem em suas mãos fiquem à sua mercê. Assim como os hunos, mil anos atrás, sob a liderança de Átila, conquistaram uma reputação em virtude da qual permanecerão na história das tradições, o nome da Alemanha assim deverá tornar-se conhecido de tal maneira na China que nenhum chinês jamais ousará olhar de soslaio para um alemão”.
Nas legações europeias, cercadas por três semanas, 62 europeus foram mortos. Levada à China pelo mar, uma força combinada de 36 mil soldados britânicos, russos, alemães, franceses e japoneses avançou sobre Pequim. Tropas americanas também se envolveram. No dia 14 de agosto, tropas russas e americanas atacaram os portões principais de Pequim. Soldados indo-britânicos foram os primeiros a alcançar as legações sitiadas. A luta ao redor das legações continuou por mais dois dias, quando tropas japonesas entraram na Cidade Proibida. O cerco às legações havia acabado. Na subsequente batalha selvagem travada nas proximidades da catedral católica e de seu complexo, cerca de quatrocentos europeus foram mortos, entre os quais duzentos eram crianças do orfanato que fazia parte do complexo.
As notícias da escala de mortes na China demoraram a chegar àqueles que haviam despachado as forças expedicionárias. Apenas nos últimos dias de setembro eles receberam a notícia de que, em uma missão católica distante de Pequim, quatro padres e sete freiras haviam sido mortos e que mil cristãos chineses haviam sido decapitados.



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